O Endividamento Empresarial Pós-Crise

divida empresarial

O índice da dívida de uma empresa revela o quanto a empresa depende de “gerar dívidas” para manter o negócio. Analisado em diferentes e consecutivos períodos, este índice expõe a política de obtenção de recursos do empreendimento.

 

O endividamento

Para que uma empresa possa ampliar suas operações e atender à expansão da demanda, são necessários investimentos que, dificilmente, serão realizados sem criar as condições que suportem esse crescimento. Se a empresa recorre à dívidas para complementar o seu próprio capital e aplicá-lo no processo produtivo, esse tipo de endividamento é sadio e até visto com bons olhos por investidores.

No entanto, se a empresa recorre continuamente à empréstimos para pagar outras dívidas, este é um ponto de atenção, e pode ser um alerta vermelho. Leia aqui sobre A Regra de Ouro das Finanças.

Em princípio, operar com o capital de terceiros revela-se vantajoso quando os juros pagos pelo empréstimo são menores do que a geração de caixa obtida em decorrência da contração desta dívida. Além do “índice da dívida”, é recomendável observar outros indicadores em conjunto que permitam uma decisão consciente para operar com capital de terceiros.

 

A Economia e o Mercado em 2018

Estudos realizados pelo Centro de Estudos do Mercado de Capitais (CEMEC) apontam uma clara necessidade de um novo modelo de infraestrutura no Brasil, especialmente a partir de 2018, onde se percebe a retomada da economia com redução das taxas de inflação e de juros, com impactos positivos visíveis na Bolsa de Valores e no saldo da Balança Comercial.

O aumento dos investimentos em infraestrutura surge como a melhor, e talvez única, alternativa para assegurar a reversão favorável das expectativas à retomada do crescimento. A participação predominante de recursos e execução do setor privado são condições necessárias para sustentar uma aceleração dos investimentos em infraestrutura.

 

O Mercado de Capitais

Estudos evidenciam que a permanência de juros reais por períodos longos inibe fortemente o mercado de capitais. A consequência é o expressivo impacto nos investimentos em renda variável, onde o risco é relativamente maior, agravado pela concorrência da renda fixa, em especial dos títulos públicos.

De um universo de 16 milhões de empresas no Brasil, apenas 350 (0,002%) estão listadas em Bolsa. O financiamento de longo prazo dos principais investimentos pelo BNDES com recursos subsidiados serviu como substituto ao mercado de capitais, atuando como um desestímulo à abertura de capitais.

 

Infraestrutura na mira dos Bancos Privados

A queda dos desembolsos do BNDES, desde 2014, provoca interesse dos bancos privados em financiar projetos de infraestrutura. A retração do BNDES abriu espaço para o mercado de capitais com fundos de private equity e emissão de debêntures incentivadas para financiar obras. O BNDES, projeta destinar à infraestrutura apenas R$ 54 bilhões para 2018/2019.

A inflação baixa ajuda por permitir maior previsibilidade em operações de longo prazo, onde bancos, Fundos de Pensão e Seguradoras terão que procurar alternativas com mais risco para obter retornos melhores que títulos do governo com juros altos.

A China tem entrado com força em projetos de infraestrutura no país, mas com recursos próprios para o financiamento de projetos. Os investimentos estimados em infraestrutura em 2017 (1,37% do PIB) e em 2018 (+1,42% do PIB) estão abaixo do patamar mínimo necessário de 2,3% do PIB (apenas para compensar depreciações).

 

O aumento dos investimentos em infraestrutura surge como a melhor, e talvez única, alternativa para assegurar a reversão favorável das expectativas à retomada do crescimento.

 

A participação predominante de recursos e execução do setor privado são condições necessárias para sustentar uma aceleração dos investimentos em infraestrutura. Os R$ 101,5 bilhões de investimentos estimados para 2018 de apenas 1,42% do PIB, são insuficientes para uma demanda da ordem de 2,5% do PIB.

 

Previsão de Empréstimos

Decisões de financiamentos e investimentos para uma empresa devem fazer parte de seu planejamento estratégico, e, portanto, devem ser subordinadas à estratégia de negócios definida para um determinado ciclo de tempo.

Empresas que acreditam que investindo mais, produzirão mais ganhos, estão fadadas a cair em armadilhas perigosas. A questão, portanto, não é investir mais, mas sim investir melhor, aprovando projetos que tragam maiores probabilidades de retornos favoráveis ao negócio.

As empresas que conseguem ter uma visão de caixa e, consequentemente, tais retornos, são, em geral, aquelas que já cometeram erros no passado e conseguiram dar “a volta por cima”.

 

Conclusão

As decisões de investimentos são subjetivas e devem estar alinhadas à estratégia de negócios da empresa que dependem de muitos fatores. Para uma gestão competente do endividamento, o importante é a capacidade que a empresa possui para gerar caixa para pagar as dívidas e não a dívida absoluta.

Embora tenha um cunho desfavorável, o endividamento não é necessariamente algo ruim e depende da composição da dívida. Financiamentos e empréstimos geram despesa financeiras, entretanto, quando a empresa consegue captar a um custo reduzido, em uma operação com juros subsidiados, o volume elevado de financiamento pode permitir alavancar os resultados da empresa.

 
Leia este artigo completo no E-book: A DÍVIDA EMPRESARIAL PÓS-CRISE – Uma análise do impacto do endividamento empresarial como consequência da crise econômica dos últimos quatro anos, e da previsão dos empréstimos.

 

Este material foi desenvolvido em parceria com Gesplan S/A e Sabe Consultores

 

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