Proteção para Riscos Financeiros: Como funciona o Hedge na prática

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A proteção contra oscilações inesperadas de preços não é uma prática recente. Iniciada com as commodities agrícolas em meados do século XIX, essas operações foram aperfeiçoadas, dando origem aos modernos derivativos e, a combinação de seus instrumentos permitiu a montagem das operações de Hedge.

O que é Hedging?

Operações de hedging são estratégias de administração de riscos de ativos possuídos no presente ou que venham a ser possuídos no futuro, factíveis de serem executadas nos mercados futuros. Estas operações consistem, basicamente, em tomar uma posição no mercado futuro, oposta à posição assumida no mercado à vista, a fim de minimizar o risco de uma perda financeira decorrente de uma alteração de preços adversa, com um correspondente ganho financeiro na posição futura.

Quem realiza essa operação?

Os hedgers são agentes econômicos que desejam se proteger dos riscos derivados das flutuações adversas nos preços de commodities, taxas de juros, moedas estrangeiras ou ações. O hedger busca administrar o seu risco.

Como funciona o Hedging na prática?

Um exemplo de uma operação de hedge seria a compra de cana-de-açúcar a futuro por uma usina que vendeu álcool para entrega em data futura.

O ponto de partida é a venda de álcool a um cliente, sem que a usina tenha o estoque correspondente de cana-de-açúcar. Neste caso, a usina está vendida (short) no mercado à vista. Vendeu o álcool e terá, posteriormente, que comprar a cana-de-açúcar para produzi-la. Se o preço da cana-de-açúcar subir, como já foram acertados os termos financeiros da venda do álcool, haveria um ganho. Naturalmente, se o preço cair, incorreria em um prejuízo, pois o valor mais alto estaria acertado. Mas não interessa a usina especular com o preço do cana-de-açúcar. Ele quer evitar o risco financeiro decorrente dessa flutuação de preços. A saída será comprar uma posição de cana-de-açúcar a futuro, com vencimento posterior e próximo da época em que irá necessitar do insumo. Fica, então, com uma posição comprada (long) no mercado a futuro. Se o preço da cana-de-açúcar subir, o valor da posição a futuro também irá subir. A perda na posição à vista será, a grosso modo, compensada pelo ganho na posição a futuro. Se o preço cair, a compensação se fará ao contrário, ou seja, o ganho na posição à vista se reduzirá com o prejuízo no mercado futuro, no típico caso em que se hedgear terminou não sendo necessário.

Neste caso, quando a operação vencer, a posição futura será encerrada e o objetivo final da operação, que era garantir o valor a ser pago no futuro, será atingida. Se a posição estiver acima do valor negociado, ela poderá ser levada à liquidação e se tornar uma operação rentável.

Conclusão

A grande vantagem de fazer um hedge é a sua proteção, que pode ser comparada a um seguro, protegendo o verdadeiro negócio da empresa e não a especulação. Dessa forma, o objetivo do hedge não é ter um ganho com essa operação, mas sim, garantir uma proteção para mitigar possíveis prejuízos causadas pelo aumento ou baixa de uma moeda, commodities ou índice.

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